segunda-feira, 14 de novembro de 2011

strongest;


Passo por você sabendo que devia dizer alguma coisa, tomar alguma atitude ou simplesmente pedir perdão. Eu sei que você me olha pelo canto do olho assim como eu sempre fiz. Nossos olhares tímidos e amedrontados se cruzam por um segundo, até que eu desvio o olhar.
Te encontro enquanto caminho normalmente, seguindo meu roteiro de todos os dias.
Eu sei que deveria ao menos sorrir, pra tentar quebrar o gelo daquele simples “tudo bem com você?” mas eu não consigo, simplesmente não dá. Meu medo me domina, e meus lábios se curvam pouquíssimo por fora, enquanto borboletas, gaivotas e andorinhas remexem meu estômago.
Eu queria sorrir, queria te abraçar, queria falar mais com você, queria pedir perdão, desentupir minha garganta de todas as palavras não ditas. Minhas cordas vocais tremem, meus pés parecem flutuar, meu estomago se revira na festa dos pássaros, meu cérebro impulsiona meu corpo, minha alma te chama, minhas bochechas imploram um sorriso. Mas nada sai, nada. Absolutamente nada.
Entenda, não é minha culpa, é que eu tenho medo.
Não me pergunte do que, mas eu tenho.

- Ana Luíza Marcondes

Nenhum comentário:

Postar um comentário